Fiscal foi assassinado quando tentava coibir esquema de sonegação

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A Polícia Civil do Maranhão esclareceu que o assassinato do Fiscal da Secretaria de Fazenda daquele Estado (SEFAZ/MA), José de Ribamar Gomes Saraiva, de 66 anos, tem relação com a ação de fiscalização de uma carga de arroz avaliada em R$ 100 mil. Essa informação é do jornal eletrônico Mirante, afiliado do portal Globo no Maranhão.

“Saraiva”, como era conhecido pelos colegas do Fisco maranhense, foi executado no início da noite do último dia 19, em São Luís, numa área rural denominada Vila Maracujá. De acordo com informes policiais divulgados pela TV Guará, o Fiscal estava sozinho em um Fiat Palio Wekeend, da Secretaria de Fazenda, quando foi seguido por homens em um Fiat Strada, de cor preta, com placa não identificada.

“Os bandidos emparelharam com o veículo conduzido pela vítima e dispararam vários tiros, que atingiram o carro e ‘Saraiva’, que morreu no local. Após constatarem que o homem estava morto, os criminosos levaram documentos que estavam no porta-luvas do carro e uma pasta de conteúdo desconhecido.”

ESQUEMA

Foi o interesse dos criminosos nos documentos que estavam no porta-luvas do carro conduzido pelo Fiscal (em serviço) que levantou a suspeita do crime estar relacionado ao trabalho de fiscalização. Um dia após o ocorrido, o jornalista maranhense Raimundo Garrone noticiava em sua coluna no site Jornal Pequeno que José Gomes Saraiva “estava investigando as ações de uma verdadeira máfia que age na venda por atacado em São Luís”.

Segue o que foi publicado pelo jornalista, às 14:30 do dia 20 de novembro :

Depois de receber a informação do Posto Fiscal da Estiva, Saraiva resolveu seguir um caminhão que estaria levando uma carga, de açúcar ou arroz, para endereço diferente do especificado na nota fiscal.

A entrega de cargas em endereço diverso ao da nota permite a sua revenda sem nota fiscal, incorrendo na sonegação do ICMS. Fonte da SEFAZ disse ao blog que existem vários grupos em São Luís que praticam esse tipo de fraude.

Após o assassinato, os pistoleiros que fugiram em um veículo Strada preto levaram documentos e uma pasta que estava no carro do fiscal assassinado.

A Polícia investiga a possibilidade de o crime ter ligação com as empresas envolvidas no esquema descoberto por Saraiva.

POLÍCIA  ESCLARECE

Conforme noticiou o jornal eletrônico Mirante “a carga de arroz, que foi inspecionada no dia do crime, era originária de Santa Catarina e estava sendo monitorada pela Receita Estadual do Maranhão, após a suspeita de que uma empresa fantasma receberia a carga para não pagar impostos”.

Segundo informações da polícia colhidas pelo jornal, Saraiva foi assassinado quando “o proprietário da carga que estava no caminhão tomou conhecimento de que ela seria fiscalizada e toda a trama da sonegação seria descoberta”.

 

A Diretoria do Sindafisco lamentou o assassinato do colega fiscal da Receita do Maranhão, quando o mesmo estava no exercício da sua atividade essencial para a sociedade, voltada à coibir a sonegação. A Diretoria espera que os culpados não fiquem impunes.

 

Por Lucas Tatuí, com informações dos veículos citados na matéria. (Foto: divulgação)

 

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