Antes da tragédia, Campos se reuniu com lideranças do Fisco

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A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (FENAFISCO) divulgou nota lamentando a morte trágica do candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, ocorrida na manhã de quarta-feira (13/08) após a queda de um jato particular em Santos, no litoral de São Paulo. O Presidente da entidade, Manoel Isidro dos Santos Neto, considerou como uma “perda precoce“, por se tratar de um político em ascensão e que teve a vida e sonhos interditados aos 49 anos.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (FONACATE) também manifestou pesar pela morte do presidenciável Eduardo Campos, e destacaou a tragetória vitoriosa do pernanbucano que foi eleito duas vezes governador de Pernambuco, e também foi deputado estadual, três vezes deputado federal, secretário estadual de Governo e de Fazenda e ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Campos e a questão tributária

Uma semana antes da tragédia, Eduardo Campos se reuniu no Rio de Janeiro com lideranças nacionais do Fisco (incluindo dirigentes da FENAFISCO e do Sindifisco Nacional)  quando lhe foi apresentadas propostas relativas a mudanças no atual modelo de cobrança de impostos no país.

O Estudo

Foi entregue a Campos, durante o encontro, o estudo “Sistema Tributário e Seguridade Social – Contribuições para o Brasil”, elaborado pelo Sindifisco Nacional e pela Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil). A publicação demonstra o quanto o Brasil é um país com má distribuição de renda e com sistema tributário regressivo e sistematizado em medidas que aprofundam as injustiças originadas em uma tributação calcada essencialmente no consumo, em detrimento da renda e do patrimônio, como acontece nos países desenvolvidos.

Confira aqui a íntegra do documento.

O estudo aponta as injustiças e também propostas para amenizar as injustiças e para a melhoria distributiva de renda. Na oportunidade, também foi destacada  a campanha Imposto Justo, lançada em maio de 2013, que trata de algumas propostas que constam na publicação – como a correção da tabela de Imposto de Renda e a cobrança de IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) sobre embarcações e aeronaves particulares. Ambas as propostas tramitam no Congresso Nacional como PL (Projeto de Lei) 6.904/13 e PEC 283/13, respectivamente.

Compromisso

Depois de ouvir as entidades, Eduardo Campos afirmou que a Reforma Tributária é necessária e não é preciso aumento de impostos, mas sim a simplificação e a redução de tributos, garantindo o pacto federativo, distribuindo melhor os recursos entre os estados e municípios, para que os serviços públicos sejam, de fato, melhorados.

“O Brasil tem uma carga tributária alta e quem mais paga são os mais pobres. Precisamos parar de aumentar tributos e fazer uma reforma em que os que podem mais paguem mais. Hoje, uma pessoa que tem salário de R$ 1,8 mil já paga Imposto de Renda. E inconcebível que o país continue com um Sistema Tributário como este. Precisamos fazer justiça e reajustar a tabela para mudar a realidade atual”, disse Campos.

 Vale destacar que o encontro com Eduardo Campos foi o primeiro de uma série de reuniões a serem realizadas pelas entidades do Fisco com os candidatos à Presidência da República.

 

Na mídia

As propostas que preveem corrigir algumas injustiças praticadas contra os mais pobres receberam atenção especial de Campos. Em reportagem do Jornal Nacional da Tevê Globo, o político afirmou que faria uma reforma tributária e que as propostas iriam ser discutidas junto com a sociedade.

Sob o título “Campos defende que ricos paguem impostos proporcionalmente maiores”, o site de notícias G1 ressaltou alguns dos pontos do estudo apresentado pelas lideranças do Fisco que são “a maior tributação a fortunas e heranças, reserva de 10% do Produto Interno Bruto para a saúde, Pagamento de IPVA [Imposto sobre a propriedade de veículos automotores] para veículos aquáticos e aéreos, como jatinhos e helicópteros, além da criminalização da sonegação fiscal”.

 O jornal Valor Econômico frisou que “Campos defendeu propostas da categoria [dos Auditores Fiscais]e prometeu uma reforma tributária que pese mais sobre os mais ricos e desonere as classes mais pobres, mas que mantenha também compromissos com os Estados para garantir o pacto federativo”. O veículo também publicou matéria em sua edição imprensa.

Sobre a incidência de Imposto de Renda para quem que recebe R$ 1,8 mil, o jornal Estado de S. Paulo destacou a preocupação de Campos ao revelar que tal atitude não é normal, assim como a incidência de IPVA para o trabalhador que utiliza uma moto popular para se deslocar, enquanto que para aeronave particular a mesma situação não ocorre. A edição impressa do Estadão também repercutiu o encontro em sua edição imprensa. 

 

Outros veículos deram o mesmo destaque ao tema. Confira nos links abaixo:

 

Imprensa Sindafisco / Imprensa Fonacate / Imprensa Sindifisco Nacional

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